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Caso de gata espancada em Franca acende alerta para formas corretas de educação de felinos; veja dicas


Tutor de animal gravou vídeo para 'ensinar mulher a educar pet'. Especialistas ensinam formas saudáveis de criação e convivência. Gatificação é forma de trazer conforto, bem-estar e impedir que bichanos subam em locais indesejados Lucas Zanetti/g1 Na última segunda-feira (10), circularam nas redes sociais imagens de um homem espancando uma gata em Franca (SP). Segundo o boletim de ocorrência, o vídeo foi feito pelo próprio agressor, que afirmou à polícia que enviou a gravação para a mulher dele para 'ensiná-la como se educa um animal'. Faça parte do canal do g1 Ribeirão e Franca no WhatsApp A gata agredida foi atendida por veterinários e levada para morar na casa da mãe da tutora e passa bem. Um inquérito foi aberto pela Polícia Civil para investigar o crime de maus-tratos. O vídeo gravado contém imagens fortes e mostram o homem atirando a gata contra a geladeira, repetindo a palavra 'educação'. (veja abaixo) Homem espanca gata e filma agressão para mostrar à mulher em Franca, SP Ele acusa o animal de beber água do vaso sanitário e esparramar areia pelo chão ao fazer as necessidades. O g1 conversou com duas especialistas em felinos sobre formas corretas na educação de gatos em ambientes domésticos e elas alertam: violência e agressividade nunca são opções para correção de comportamento. "Todo e qualquer tipo de agressão é totalmente repulsiva. Existe uma frustração para o gato e vai gerar um trauma que só vai piorar a situação", explica a veterinária Ananda Spadaro, especialista em felinos. Isso porque, além de ser crime, gatos não aprendem ou obedecem com repreensões, apenas com reforço positivo. LEIA MAIS Gata espancada em Franca passa bem e é levada para morar na casa da mãe da tutora, diz protetora Cachorra abandonada e em trabalho de parto é resgatada e passa por cesárea de urgência em Franca, SP Família encontra cão que a salvou de incêndio em Ribeirão Preto: 'a gente nem acreditou' Para evitar comportamentos indesejados de bichanos, a única forma é oferecer recursos e um ambiente que simule o que eles encontram na natureza. A partir disso, é preciso fazer reforços positivos com petiscos e brinquedos que tragam recompensas e fortaleçam o vínculo com o tutor. Caso alguns comportamentos persistam, podem indicar até mesmo problemas de saúde. Subir em lugares faz parte do comportamento natural dos gatos e comportamento deve ser respeitado Lucas Zanetti/g1 Necessidades básicas Mesmo domesticados, gatos possuem um instinto selvagem muito grande. Há quem defenda que os bichanos não são animais domésticos, mas que se encontram em domesticação. Por isso, as necessidades básicas são as mesmas que eles encontrariam na natureza: subir em coisas, arranhar, se esconder, caçar, se proteger e se limpar. Este deve ser o básico a ser observado pelo tutor e, para isso, a casa deve estar equipada. Uma das necessidades dos gatos é se esconder para se sentirem seguros. Tutores devem respeitar e criar espaços de "toca". Lucas Zanetti/g1 Para a veterinária Fernanda Kindler, proprietária da Clínica Feline, exclusiva para gatos, a regra é simples: Se não quer que o gato suba na mesa, é preciso que haja um outro lugar para que ele suba Se não quer que ele arranhe a cama ou o sofá, é preciso de um lugar para que ele arranhe Ananda explica que é preciso entender que o gato não se comporta para contrariar o tutor, mas apenas reproduz o que é programado biologicamente para fazer, mesmo que no ambiente doméstico. E isso precisa ser respeitado. "Temos de tomar cuidado para não humanizar o comportamento do gato", diz. Fernanda conta que o felino precisa ser ensinado desde cedo quais são os espaços que pode acessar. Assim, com reforço positivo, o tutor não deve ter problema. "Os lugares que não queremos que ele suba, toda vez que subir, temos de reforçar sempre de maneira positiva que ali não é o lugar dele, nunca de maneira negativa. O indicado é tirar ele de cima da mesa do jantar e colocar ele na estante ou prateleira feita para ele e, em seguida, oferecer um brinquedo, um petisco. É preciso ensinar que subir aqui não é legal, mas no lugar dele, é legal". Gatificação é forma de trazer conforto, bem-estar e segurança para os felinos Gato não é cachorro Fernanda explica também que os cães têm facilidade maior em aceitar ordens, uma vez que são animais acostumados a viver em matilhas e ter líderes em sua organização social. Gatos, ao contrário, costumam ter vida de caçador solitário, vendo seus semelhantes, na melhor das hipóteses, apenas como companheiros, uma vez que são bastante territorialistas e muitos têm dificuldades em aceitar companhia. Eles têm maior dificuldade em aceitar comandos de humanos e, por isso, recebem a fama de independentes, mas não é bem assim. Gatos também dependem de seus tutores e sofrem da ansiedade de separação e não devem passar muito tempo sozinhos e sem interação. Ananda explica que uma estratégia interessante é a do redirecionamento: se o gato costuma subir na mesa no jantar, por exemplo, é possível colocar o sachê ou alimento preferido dele ao lado, para que se distraia. "Faça tudo sempre de uma forma amistosa e respeitosa. Se possível, com uma atividade e com recompensa". Petiscos podem funcionar como recompensa positiva para felinos Broncas não funcionam Comandos firmes, agressivos e broncas não vão funcionar com gatos e pode até piorar a situação. "O gato é competitivo. Se você dá bronca, você reforça a frustração sobre aquilo e ele vai continuar fazendo", explica Fernanda. Segundo Ananda, felinos não entendem bronca como correção, porque estão reproduzindo comportamentos naturais, indesejados pelos humanos. "Quando você pune ou repreende, ele não entende que está errado. O gato associa que você está bravo naquele momento ou situação. Perto de você ou na sua presença ele pode não fazer, mas em outro momento provavelmente ele faça". Gatos não respondem a comandos como os cães, estratégias de redirecionamento e reforço positivo são necessárias Reprodução/Bruno Santana Vínculos com bichanos são frágeis Seja o pet gato, cão, pássaro ou qualquer outro animal, a educação nunca deve ser feita com agressividade. Mas em felinos, especialmente, Fernanda explica isso pode produzir ainda mais agressividade no animal. A relação de confiança, diz ela, é bastante frágil e tratamentos traumáticos podem abalar o vínculo com o tutor. O melhor jeito de ensinar e fortalecer o vínculo é com brincadeiras de caça e recompensa positiva. Um gato feliz e saudável raramente apresenta resistência ao tutor. Exercício com varinha é uma forma de treinar a caça dos felinos Comportamentos indesejados podem ser problemas de saúde Quando um gato tem um comportamento indesejado, como defecar fora da caixa de areia, pode indicar: insatisfação com o espaço, que pode ser o tamanho, o tipo de substrato utilizado ou a localização problema de saúde, como dores articulares e doenças gastrointestinais O ideal é que a areia forme torrões que possam ser retirados, evitando odores, resíduos e umidade. As mais indicadas são areias feitas a base de milho ou mandioca, sempre sem odor ou perfume. A caixa não pode ser nem muito pequena e nem fechada e deve ser obedecida a regra n+1: para cada número de gatos na casa (n), é preciso uma caixa de areia a mais. "Se o gato está com problema com a caixinha, por exemplo, e o tutor é agressivo, frustra ainda mais o animal, pois quer obrigar ele a fazer a necessidade em um lugar que, para ele, é sujo. Isso causa ansiedade, agressividade, medo, depende como ele vai expressar", afirma Fernanda. Cavar a areia para enterrar as fezes é um comportamento ancestral dos felinos para afastar predadores e não deve ser confundido com um problema. Na natureza, gatos são presa e, por isso, precisam eliminar odores e buscar esconderijos, comportamentos reproduzidos no ambiente doméstico. Se não puder dar recursos e amor, não tenha animal Fernanda ainda indica que o tutor pense bem antes de ter um animal. "Se você não consegue dar o mínimo para o gato, não tenha um gato. Ele precisa de tudo isso. Não precisa de nada caro, mas precisa imitar o comportamento natural, mesmo em lugares pequenos. Os recursos devem ser suficientes. Não os melhores, mas o suficiente". Para Ananda, a melhor maneira de conviver com o gato é respeitar o comportamento natural da espécie e oferecer os recursos que eles precisam de acordo com os instintos, permitindo que se expressem. "O gato feliz, que tem as expectativas atendidas em casa, que tem um ambiente parecido com o que encontraria na natureza, também atende as nossas expectativas". Veja mais notícias da região no g1 Ribeirão Preto e Franca Vídeos: Tudo sobre Ribeirão Preto, Franca e região

source https://g1.globo.com/sp/ribeirao-preto-franca/noticia/2024/06/16/caso-de-gata-espancada-em-franca-acende-alerta-para-formas-corretas-de-educacao-de-felinos-veja-dicas.ghtml

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