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Com temas polêmicos, trap cai no gosto popular e conquista espaço na indústria musical


Derivado do rap, subgênero figura nos principais festivais do país e já desbancou sertanejo em lista de mais ouvidas. Especialista diz que sociedade erra ao associar letras à conduta dos interpretes. Fãs de trap avaliam letra do megahit 'Let's Go 4' Cada vez mais presente no repertório de grandes festivais de música no Brasil, como João Rock, Rock In Rio, Lollapalooza e The Town, o trap é um subgênero do rap em notória ascensão. Tanto que, por várias vezes, as músicas têm desbancado a soberania do sertanejo no país. Faça parte do canal do g1 Ribeirão e Franca no WhatsApp Na plataforma de streaming Spotify, a faixa “Let’s Go 4”, um trapfunk de 11 minutos assinado por Dj GBR, MC GH do 7, MC GP, MC PH, MC Ryan SP, Mc Davi, Mc Don Juan, Mc IG, Mc Kadu, Mc Luki e TrapLaudo, conquistou o primeiro lugar entre as dez músicas mais ouvidas do verão 2024. Já “Tenho Que Me Decidir”, parceria de MC PH, Borges, WIU, Pedro Lotto e WEY, ficou em sexto lugar entre as mais tocadas de 22 de dezembro de 2023 a 20 de março deste ano. Por se tratar de um subgênero com recente destaque na cena nacional, o trap ainda é confundido com o rap e mal compreendido devido ao uso de recursos tecnológicos, como os softwares modificadores de voz. MC Ryan SP no palco da Festa Junina de Votorantim Viva+ @victordealmeidafotos/Divulgação Para o professor de música clássica e doutorando em funk Thiago de Souza, criador de conteúdo conhecido como Thiagson, o trap é uma consequência evolutiva do rap e da cultura hip-hop. “O trap pode ser entendido como uma consequência evolutiva, uma continuidade do rap, da cultura hip-hop. O trap é o rap atualizado, ainda que o rap raiz continue existindo. Essa evolução/transformação é natural de qualquer gênero musical, mas o fato é que a ligação com o rap continua como repertório musical dos artistas de trap”, diz. LEIA TAMBÉM: João Rock descarta incluir sertanejos no line-up como Rock in Rio João Rock 2024 celebra público fidelizado, atrações inéditas e pluralidade musical Letras tabus Falar explicitamente sobre sexo ainda é um tabu, mesmo que as discussões e abordagens a respeito do tema sejam mais comuns atualmente. No trap, a temática está presente na maioria das produções, acompanhada por outros temas que acaloram o debate, como o consumo de álcool, drogas ilícitas, crimes, glamourização e 'fetichização' de armas. Thiago de Souza, conhecido como Thiagson, é professor de música clássica e doutorando em funk Arquivo pessoal Thiagson aponta que, assim como no funk, no trap esses temas se transformam na estética esperada do estilo, mas que as letras das músicas, seja nesses ou em outros gêneros, não são manuais de comportamento ético e não devem ser interpretadas, necessariamente, como as reais vivências dos artistas. O cantor Veigh, fenômeno no gênero e presente em uma seleta lista de artistas brasileiros que fizeram as maiores estreias de álbum no Spotify, é um exemplo de como as letras podem ser opostas às realidades dos intérpretes. Mesmo sendo a voz da canção “Novo Balanço”, que aborda um ‘baseado’ nos versos, Veigh já disse em entrevista que não fuma e não consome álcool. Na análise do professor de música, o exemplo do trapper potencializa o argumento de que por mais descritiva que seja uma criação artística, ela ainda é uma ficção e representa um recorte da realidade. “Nem tudo que se canta é o que se vive, mas existe sempre uma tendência preconceituosa das pessoas acharem que artistas de trap e funk necessariamente vivem aquela realidade. Podem até viver, mas não do jeito que se canta, afinal, criação artística é sempre ficção, mesmo que seja uma descrição de algo que aconteceu”, afirma. Veigh é uma das atrações confirmadas neste sábado (8) no João Rock, em Ribeirão Preto (SP). O cantor se apresenta no palco Fortalecendo a Cena, assim como Wiu, Teto, Ebony e Ryu The Runner. Veigh se destaca como um dos nomes mais ouvidos do trap no Brasil Divulgação/Alisson Gabriel Um dos organizadores do João Rock, o empresário Marcelo Rocci enxerga a participação dos artistas como uma resposta à demanda do público e uma forma de trazer mais diversidade ao line-up do evento. "É um movimento que ganhou força, que saiu com muita intensidade. Garimpar artistas com potencial, levar eles para dentro do festival é proporcionar essa troca de arte, de cultura", diz. Origem do trap Das periferias ao topo das músicas mais ouvidas nos streamings brasileiros, o trap nasceu no Sul dos Estados Unidos, em Atlanta, estado da Georgia. Pensado como um mecanismo para expressar um pouco do que se vivia nas ruas, os primeiros traps tinham as mulheres e o dinheiro como temas centrais. Se fora do Brasil o gênero musical se consolidou em meados dos anos 2000, por aqui, os principais nomes apontados como pioneiros do estilo despontaram por volta de 2014. Os cantores Naio Rezende, Raffa Moreira e Klyn são destaques quando o assunto é a popularidade do trap nacional. Foi a partir dos trabalhos desenvolvidos pelos artistas que o gênero importado começou a ganhar toques de brasilidade. Matuê no Palco Sunset Marcos Serra Lima/g1 Junto à brasilidade veio também uma forma nova de fazer música. O uso de efeitos vocais nas produções logo caiu no gosto do público mais jovem e se tornou viral nas redes sociais. As misturas com funk, pagode e até reggae somaram à popularidade do gênero. Musicalmente, Thiagson destaca que o princípio rítmico do trap e do rap, gênero matriz, é o mesmo. A diferença entre um e outro está na transformação da realidade vocal captada e nas demandas do público consumidor. “Podemos comparar o rap como uma foto tirada com uma câmera, já o trap é uma foto cheia de filtros e efeitos. Além disso, os sons graves do trap são bem diferentes e mais eletrônicos (sintetizados, criados em computador) que os do rap”. Veja mais notícias da região no g1 Ribeirão e Franca Vídeos: Tudo sobre Ribeirão Preto, Franca e região

source https://g1.globo.com/sp/ribeirao-preto-franca/joao-rock/noticia/2024/06/05/com-temas-polemicos-trap-cai-no-gosto-popular-e-conquista-espaco-na-industria-musical.ghtml

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