Sudorese chamava atenção de Lucimara Costa, mas diagnóstico demorou para sair. Menina tem hiperinsulinismo congênito, condição descoberta após episódios repetidos de hipoglicemia. Bebê de 7 meses foi diagnosticada com hiperinsulinismo congênito e passou por primeira cirurgia robótica do mundo no HC Valdinei Malaguti/EPTV Os meses que passou sem saber o diagnóstico da filha de 7 meses foram os mais tensos para Lucimara Costa. A menina, que já apresentava episódios de hipoglicemia desde os primeiros dias de vida, chegou a ser internada aos três meses, mas a doença só foi descoberta quando ela estava quase completando seis. "Ela tinha uns sintomas em casa, que era uma sudorese muito forte, parecia que ela estava em uma maratona. Inclusive, a gente colocou ar-condicionado em um dos cômodos da casa por conta dela". Siga o canal g1 Ribeirão e Franca no WhatsApp Segundo Lucimara, ao procurar atendimento médico para a filha, faltavam informações sobre o que a menina, de fato, tinha. "Eu vinha no ambulatório, falava com o pessoal 'olha, ela transpira demais, é excessivo'. 'Não, mãe, é porque é muito quente Ribeirão Preto'. Mas eu percebia que era excessivo. Durante a noite, tinha de tirar a roupa dela. Você podia torcer a roupa dela". LEIA TAMBÉM Adolescente passa por 1ª cirurgia de escoliose com robôs da América Latina no HC de Ribeirão Preto A bebê foi diagnosticada com hiperinsulinismo congênito, doença que faz com que o pâncreas produza insulina independentemente do nível de glicose no sangue, o que pode levar à hipoglicemia e agravar o quadro em crianças tão pequenas. Recentemente, ela foi a primeira criança no mundo a passar por uma cirurgia robótica no pâncreas. No Brasil, 164 pacientes convivem com a mesma doença. Bebê de 7 meses passou por primeira cirurgia robótica do mundo para retirada de pâncreas no HC de Ribeirão Preto, SP Valdinei Malaguti/EPTV Episódios repetidos de hipoglicemia Endocrinologista pediátrico do Hospital das Clínicas de Ribeirão Preto, Raphael Del Roio Liberatore Junior, explica que a condição da bebê foi descoberta depois de episódios repetidos de hipoglicemia, onde era necessário tomar glicose na veia para normalização. "Como ela mantinha episódios de hipoglicemia, isso é absolutamente anormal a partir do quinto dia de vida, a gente iniciou a investigação focada na principal causa para esse fenômeno, que é o hiperinsulinismo congênito". A menina chegou a passar por tratamento a base de medicamentos, mas sem evolução do quadro, a cirurgia passou a ser a opção mais viável. O procedimento foi realizado por um robô comandado por uma equipe multiprofissional do HC via Sistema Único de Saúde (SUS) e durou cerca de quatro horas. Foram retirados 98% do pâncreas da bebê. HC de Ribeirão Preto, SP, fez a primeira cirurgia robótica de pâncreas do mundo em bebê de 7 meses Reprodução/EPTV O caso, inédito no mundo, precisou de adequações para que tivesse êxito, diz Fábio Volpe, cirurgião da divisão de cirurgia pediátrica e transplante de fígado do HC. "Estamos falando de uma criança de 7 meses e oito quilos. Como não existia referencial teórico e nem técnico na literatura, usamos a experiência que a equipe já tem em videocirurgia para fazer algumas adequações. Muitas vezes, o que limita o uso do robô em crianças pequenas é o campo operatório. Você não tem muita janela para implementar os braços e articulações do robô dentro da cavidade abdominal. Mas algumas adequações foram possíveis, e somado à experiência que a equipe tinha, fez com que a cirurgia pudesse ser exitosa". Segundo ele, o robô ganha em precisão em comparação com os outros tipos de cirurgia: aberta e laparoscópica. Cirurgia robótica no HC em Ribeirão Preto, SP, foi feita pela primeira vez em bebê de 7 meses Reprodução/EPTV "Ganha em alguns detalhes técnicos, que fazem com que a complicação seja menor e o resultado mais favorável. Quando se fala de uma criança pequena com um pâncreas com uma dimensão de seis, sete centímetros e a obrigatoriedade de tirar 95% do órgão, faz com que o robô deva ser considerado uma possibilidade". A adaptação de instrumentos, de acordo com o cirurgião do aparelho digestivo Alberto Facuri Gaspar, foi essencial para o sucesso do procedimento. "Em criança, a gente sabe que, do ponto de vista anatômico, é até mais fácil de ver os órgãos. Mas, por outro lado, a criança não tem espaço, o espaço geralmente é escasso. Então a gente conversou, conseguiu adaptar instrumentos de adulto, com um pouco de diâmetro menor". Lucimara Costa, mãe da bebê de Ribeirão Preto (SP), que passou por cirurgia robótica Valdinei Malaguti/EPTV Assista à reportagem do EPTV1 na íntegra: Bebê de 7 meses passa por cirurgia robótica inédita no HC de Ribeirão Preto Veja mais notícias da região no g1 Ribeirão Preto e Franca VÍDEOS: Tudo sobre Ribeirão Preto e região
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https://g1.globo.com/sp/ribeirao-preto-franca/noticia/2024/09/08/suor-excessivo-fez-mae-buscar-atendimento-a-bebe-com-doenca-rara-que-retirou-98percent-do-pancreas-parecia-que-estava-em-maratona.ghtml
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